Dr. Tomlin, psiquiatra (interpretado por Daniel Jones), tem como paciente Professor Ersheim, (personagem belíssimamente interpretado por Tom Nowicki), um matemático outrora premiado, cujo trabalho e génio são reconhecidos, encontra-se internado num Sanatório. Ersheim está convencido que, entre os números três e quatro existe um outro número, o “bleem”, sobre o qual é-lhe impedida a continuação do estudo.

Gerando uma espécie de representação simultânea de acontecimentos subtraídos, inicialmente, a qualquer relação de causalidade “The Secret Number” insiste em apoquentar o espectador, alimentando esse sentimento com fortes picos de tenção. Conjuga, com a mesma eficácia, uma mão cheia de fatores que nos obrigam a empatizar com os personagens e que, introduzindo algumas analepses, acrescenta elementos importantes para a desmistificação deste enigma. O espectador é colocado no meio da ação, por meio da utilização de planos fechados e travellings, que conduzem o olhar da audiência, enaltecendo elementos chave. A iluminação enfatiza o ambiente de mistério, que está presente em quase toda a curta, em contraste com as cenas do acidente de viação, que tem lugar num solarengo dia. A banda sonora ajuda a narrativa, na medida em que lhe atribui uma continuidade espacial constante. Este drama sci-fi (ish), realizado por Colin Levy, possui FX de uma qualidade exímia, invejavelmente polidos, por regra, quase todas as cenas possuem algum elemento de FX.

Nomeado para “Motion Pictures Sound Editors”, nos EUA, em 2012 e premiado no “Charleston Iternation Film Festival”, em 2012, na categoria “Best Short” assim como no “Savannah Film and Video Festival”, no mesmo ano, na categoria “Best Student Film”.

Um ambiente que nos desperta os sentidos pela singularidade dos azuis, pelos pormenores delicados, pelos movimentos de camera bem pensados, pelos elementos que surgem de forma inesperada e pelas questões que deixa no ar. Uma historia interessante e um final que satisfaz e deixa vontade de querer descobrir mais trabalhos do diretor.