Curta
The Last Game
Alguns dias antes do início do Campeonato do Mundo de Futebol 2014, a renomada empresa Nike decidiu lançar uma curta metragem.
Alguns dias antes do início do Campeonato Mundial FIFA 2014 (também conhecido como Copa do Mundo FIFA), a renomada empresa Nike decidiu lançar uma curta metragem de animação que compreende como personagens alguns dos grandes nomes do futebol mundial, como: Cristiano Ronaldo, Neymar Jr., David Luiz, Wayne Rooney, Zlatan Ibrahimovic, Andrés Iniesta, Franck Ribéry, Tim Howard e o já reformado Ronaldo "Fenómeno". O enredo inicia com imagens de crianças a jogarem à bola nas favelas do Rio de Janeiro, uma das cidades-sede onde acontecerão os jogos do Mundial. A seguir, há um senhor de rosto obscuro a dar uma conferência sobre futebol. Este está a tentar convencer que os jogadores estão propícios a cometer muitas falhas durante os jogos devido à sua capacidade de correr demasiados riscos, e completa com os dizeres "Afinal de contas, eles são apenas humanos. Mas e se não fossem?". É a partir desse pressuposto que este senhor - o grande vilão - apresenta o futuro do futebol: os clones. Com isto, grandes jogadores como Cristiano Ronaldo, Neymar Jr., David Luiz, Wayne Rooney, Zlatan Ibrahimovic, Andrés Iniesta, Franck Ribéry e o guarda redes Tim Howard foram facilmente derrotados pelos clones, e acabaram por desistir do futebol. Essa nova forma de desporto, cujo slogan era "Risk nothing" (Tradução livre: Sem Riscos), despertou em Ronaldo "Fenómeno" um misto de revolta e força, fazendo com que este fosse resgatar os grandes nomes do futebol mundial para que regressassem aos estádios e salvassem o futebol da soberania dos clones. Contudo, o que os clones não sabiam era que grande trunfo d'Os Originais para vencer um jogo é a capacidade que eles têm de arriscar tudo. A curta, apesar de ter como foco principal o futebol - que desvia a atenção do público para os seus ídolos futebolísticos -, é uma curta de ficção científica pois aborda a relação humano vs. clone/cópia. Essa relação abordada diversas vezes no cinema, é aqui retratada de maneira interessante pois consegue conjugar fielmente as filosofias da Nike, isto é, passar uma mensagem de que é preciso arriscar tudo para ter sucesso. E arriscar é uma das características que nos define como seres humanos. É preciso ressaltar que a curta não é apenas uma estratégia de marketing - como patrocinadora que é - para exaltar o Mundial ou exaltar os jogadores que utilizam os seus produtos, pois é assim que muitos irão interpretá-la. A curta é muito mais que isso, vem nos trazer o binómio homem e máquina tão abordado na literatura e no cinema de ficção científica, que é encontrar a linha ténue que separa aquilo que nos define como seres humanos daquilo que é máquina/cópia. A problemática desta curta metragem é sobre aquilo que é imperfeito (humanos) e perfeito (clones/máquinas). Os jogadores que nós admiramos são humanos. Sim, eles erram. E, apesar do grande número de clones que entraram na partida, a curta também possui um efeito pedagógico de mostrar que a confiança em demasia, o jogar pelo seguro, nem sempre é sinónimo de vitória. Afinal, na vida é preciso correr riscos.