Curta

Big Bang Big Boom

Mayara Festim

Mayara Festim

·2 min de leitura

Big Bang Big Boom é um trabalho extremamente rigoroso e original, que utiliza a pintura e o próprio ambiente urbano como ponto de partida para contar uma história: a história do Universo.

A arte urbana é algo que cada vez mais vem ganhando mundialmente o seu espaço. Feitos geralmente com spray, é possível encontrar esse tipo de arte nas paredes de prédios antigos, em caixas de correios, nos passeios, e em tudo o que fizer parte do ambiente urbano. Mas, e se fosse possível dar uma nova vida à essas pinturas urbanas? É essa a proposta do artista italiano conhecido por Blu: unir as imagens estáticas da arte urbana com a arte da animação, transformando-as em imagens em movimento a partir da técnica de stop-motion. A curta Big Bang Big Boom é um trabalho extremamente rigoroso e original, que utiliza a pintura e o próprio ambiente urbano como ponto de partida para contar uma história. Lançada em 2010 e com quase 10 minutos de duração, a curta retrata uma visão surrealista da evolução da vida terrestre: inicia com coisas abstratas, objetos geométricos, depois passa para a vida animal, e por fim, o surgimento e a evolução do homem. É descrita pelo próprio Blu como "um ponto de vista não-científico sobre o início e a evolução da vida... e como provavelmente poderia acabar". O estilo deste artista é marcado não somente pelo seu evidente surrealismo, mas também por ter começado a utilizar tintas para parede e não os tradicionais sprays, em 2001. Para tanto, Blu utilizou rolos com hastes compridas de maneira a aumentar o alcance da superfície das suas pinturas - tal como podemos reparar nesta curta. O rigoroso trabalho do Blu leva a arte urbana a outro patamar, não só porque consegue dar vida a algo que é inicialmente imóvel, mas também porque trabalha com elementos genuinamente urbanos. É possível encontrar em alguns dos frames - que passam muito rapidamente - alguns automóveis e algumas pessoas a caminhar pela rua, fazendo parte também dos elementos urbanos. Por isso, esta é uma curta interessante de ser vista não só do ponto de vista narrativo, mas também do ponto de vista técnico. Brilhante.

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