Curta

The Last Time I Saw Richard

Miguel Andrade

Miguel Andrade

·2 min de leitura

Dois rapazes que partilham um quarto numa clínica mental, ficam presos numa batalha contra o sinistro e o obscuro. Conseguirão superar?

Quantos géneros podemos introduzir numa curta? "The Last Time I Saw Richard" não é uma curta comum. Retrata simultaneamente a amizade e drama com o suspense e terror grotescos.  Nicholas Verso fez um trabalho extraordinário, e a prova disso foi o marcante prémio que alcançou: vencedor da AACTA 2014 para melhor curta metragem. Inicialmente o argumento centra-se numa personagem, Jonah. Nesta clínica mental, Jonah é um rapaz solitário e também pouco amado pelos seus colegas pacientes. No entanto quando um novo paciente, Richard, é admitido, Jonah vê-se a si mesmo a criar um novo laço de amizade. Jonah descobre um tipo de amor para além do amor a si próprio. Acontece que existe toda uma mística obscura inerente a Richard. A curta rapidamente se torna arrepiante. É de realçar um momento especialmente marcante em que é citado William Shakespeare: "Fechado numa casca de noz, julgar-me-ia rei do espaço infinito. Não tivera eu sonhos maus...". E é precisamente neste momento em que o espetador se apercebe da maldição de Richard: os seus pesadelos. Pesadelos talvez demasiado reais? A curta desenvolve as personagens de forma brilhante, o que nem sempre é trivial, principalmente numa curta metragem. Rapidamente empatizamos com as personagens e sentimos na pele os seus medos, do início ao fim. Tudo isto juntamente com os efeitos especiais e excelentes representações dos rapazes, Nicholas eleva a curta a um estatuto de uma longa metragem. Na verdade, uma das sensações com que se fica é o desejo uma versão em longa metragem desta curta.